terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Minha Escuridão, Minha Ilusão


O escuro tem me feito companhia,
me chamando de amigo e me servindo de abrigo.
O escuro tem o teu sorriso,
sorriso sombrio que mexe comigo.

O olhar daquela sombra,
me chamando atenção na rua.
Me pedindo perdão sem eu saber motivo algum,
me chamando então, me dando razão.

As noites de estrela que me prendem no quintal,
olhando para cima e esperando o final.
Os ventos que me sopram e me fazem ter sono,
sentir aquele frio de desejo em um profundo sonho.

O teu olhar morto com olheiras,
e aquele teu ramalhete de flores murchas.
Seu corpo vagando na neblina,
indo embora a cada dia...

A escuridão tem me dado razão,
feito disparar meu coração.
Me dá sustos e cultiva minha dor,
me trata como nada, me trata como amor.

Abraão Da Silva

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O Garoto Que Não Dormia.


Ei, você...
lembra daquela criança?
Aquela pequena criança,
que não conseguia dormir...

Lembrei disso ontem,
um pequeno sonho que tive.
Tinha um garotinho estranho,
ele era normal, até a hora de dormir.

Depois ficava agonizando em seu berço,
querendo fugir de lá.
Se escondia no porão,
para ninguém o achar.

Ei, menino...
onde você está?
Está na hora de dormir,
vem pro seu quarto agora...

São palavras que sua mãe macabra dizia,
todas as noites a mesma coisa.
E o menino não ouvia,
ele não iria dormir de novo essa noite.

Ele queria beber e fumar,
a noite toda jogando poker.
Uma criança um tanto diferente,
cheia de merda na mente...

Dorme essa noite criança,
dorme sem medo.
Dorme essa noite para aqui ficar,
dorme essa noite para não acordar.

Abraão Da Silva

Maldita Atração


Vejo meus restos jogados fora,
como um corpo que quer se afastar.
Indo sempre sem parar,
buscar o destino da morte de Boddah.

A quem quero mesmo enganar?
seus olhos ainda me prendem como cordas.
E seu corpo me seduz como um veneno,
atraído pela sua beleza me sinto desconforte.

Já sem nenhum movimento,
suas garras sangram meu corpo.
Me deixando marcas e depois se vai,
me fazendo querer voltar atrás.

Aquele dia aconteceu um deslize,
sua boca me drogou.
parece uma alucinação,
eu dancei, você dançou...

Uma dança casual,
meio espiritual.
Com um toque de romance,
e o que seria o restante?

Uma dança sensual,
meio corpo a corpo.
Seu ritmo me viciou,
seu segredo me conquistou.

Uma madrugada sem nexo,
uma vodca e um livro.
Uma mentira contada,
e tudo indo outra vez ao lixo.

Abraão da Silva

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Carty e Helena



Todos os dias voltando para casa, passava por uma casa escura, com as luzes apagadas e apenas com um casal sentado na varanda a luz de velas. Eles todos os dias conversavam com um tom de sussurro, eu falava e eles lá sempre meio mudos.
Eu senti arrepios depois de passar a ultima vez lá, quando cruzei a rua e entrei na esquina, a casa tinha sumido. O casal estava vindo no outro lado da rua, um separado do outro... o homem com um pássaro negro no ombro e sua mulher com um buquê de flores.
Eu os esperei, esperei com medo e eles passaram sem falar, e apenas foram embora. Não voltando a ver aquela casa, mas acordando dia após dia com aquele pássaro negro e flores na minha janela, lembrei desse casal todos os dias, os nomes deles? Carty e Helena Collins. Não foram outra vez vistos por mim, não como uma realidade, mas como vidas a serem esquecidas.

Os mesmos sonhos tenho todas as noites e isso já me assustou um dia,
me fez pensar que era um aviso, acho que isso só deveria acontecer por pura alucinação,
mas sempre foi real, nunca uma imagem na minha mente, mas uma imagem na minha realidade,
sem medo mas com medo de encarar o que isso pode ser...
me fecho no escuro dos olhares de Carty e Helena,
e vago lentamente nas sombras das ruas da casa em que eles moravam.

Abraão Da Silva

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Marionetes


Controlado por uma dor cortante,
e seguindo como um cão no cio.
Sentindo o frio da noite sem lua,
as nuvens cobrem o céu sem duvida.

Uma marionetes alienada com cordas no corpo,
sem saber pensar no que é de verdade.
Um fantoche sem vida, querendo um coração,
sem saber se um dia vai tirar aquelas cordas.

Um peso na mente e a vontade de consertar,
toda a dor de alguns meses que não sabia pensar.
Sem poder falar por si,
Sentindo a dor sempre arder.

Um alienado sem alma e sem coração,
não tem armas para lutar.
Julgado por seus erros e canções,
sem ter feito parte de tudo.

Assistindo de longe com olhinhos pequenos,
toda a verdade que não conhecia.
Tentando saber o que é sua realidade,
Tentando aprender a morrer todo dia.

Uma corda em cada parte de seus membros,
controlando sua visão e atos.
Suas lágrimas não escorrem,
e suas mentiras não podem doer.

É apenas uma marionetes controlada,
sem saber o que tem que pensar.
Sua vida estupida e sem coração algum,
faz de tudo parecer um nada envergável.

Uma marionetes querendo perder suas cordas,
andar e ver como quer a verdade.
Sua puta realidade que te abre os olhos muito tarde,
a sua realidade mostrada ao poucos num quadro sem qualidade.

Abraão Da Silva

domingo, 11 de novembro de 2012

Aos Sonhos


De manhã acordei assustado,
Com medo de não te ter.

Lembrei do nosso prazer,
Lembre do que te dizer.

Acordei lembrando do seu beijo,
Acordei de um sonho com você.

Fui andando pela rua fria,
Minha mente estava vazia.

Ouvindo o sopro encantado,
Sentindo o vento gelado.

Sentindo seu beijo me tocar,
Não longe do teu olhar.

Abraão Da Silva

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Estrangeiro



Hoje a cada esquina vejo seu olhar,
sinto seu perfume, não sei onde está...
Hoje a cada verso tento te encontrar,
te dizer, "amor, com você quero estar",
e dizer que te amo, sem nenhum medo.

Hoje nos seus olhos contemplei um brilho,
olhei sua boca e vi seu sorriso,
me senti confortável e extasiado...
Encarei teus olhos e te dei um beijo.

Só com você me sinto bem,
me sinto estrangeiro,
sinto que estou longe,
com você no mundo inteiro,
sinto que somos só nós dois, verdadeiros.

Me acordo pra te ver,
durmo pra te acordar,
ouvir sua voz cedo ao telefone,
imagino com você estar,
deitado na cama te dando beijos.

Hoje a cada esquina quero te ver,
quero ser seu amor, quero te proteger,
sentir seu abraço e seu beijo...
Te olhar nos olhos,
te ter o dia inteiro.

Abraão Da Silva

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

La Versa


Seus cabelos de cor intensa,
Tão fortes que podem queimar.
Seus cabelos cor de vinho,
Vinho que no seu corpo vou derramar.

O teu beijo lascivo,
Me prende e tira o sono.
Teu beijo intensivo,
Me tira sempre o juízo...

Seu jeito de se tocar,
Quando me espera na cama.
O jeito que me chama...
Me acorrenta e me ama...

Suas unhas me cortando,
Me deixam à delirar.
Sentindo seus dentes,
Nos meus lábios a sangrar.

Deixando nos seus lábios meu sangue,
Em meu pescoço, Espero teus beijos.
Te puxando pra mim mais um pouco,
Te  colocando sobre meu corpo.

Vendo tua dança sensual,
No meu corpo... Rebolando um pouco.
Me tocando de um jeito que excita,
Um dia de prazer,
Sem desanco... Só eu e você...

Abraão Da Silva

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Doce Vampira



Doce vampira,
Deixa meu sangue jorrar.
Doce vampira,
Deixa meu corpo esfriar.
Minha querida,
Quero ir onde você está.
Doce vampira,
Seja quem for, onde estará...

Tome do meu sangue,
Dê-me o seu para saborear,
Sinta o gosto,
Deixa nosso sangue se encontrar.
Sinta escorrer nos seus lábios,
Seu sangue do lábios arrancados,
Deixa fluir a dor que é boa,
Deixa seu sangue na minha boca.

Abraão Da Silva

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Sua Dor Demente


Deixe fluir seu sangue,
Sair de todo o seu corpo,
Sentir queimar seus fios de cabelo,
Sentir seu pulso pular como uma mola.

Deixe os mortos saírem do tumulo,
Não os alimente com mentiras,
Não veja os seus olhos vazios,
Não construa seus mesmos vícios.

Chega de expressar sua dor como doença,
Deixa fluir a dor natural,
Deixa isso tudo te fazer mal,
Faça cortes maiores a final.

Cante como louco,
Grite dizendo que dói,
Sorria com sangue nos dentes,
Se cale vivendo demente.

Você me diz que não pode chorar,
Mas seus olhos suam sangue sem machucar,
Sinta você mesma se tocar,
Sinta seu ódio se espalhar.

Abraão Da Silva

Rotulo


Por que está só?
Vem se divertir,
Odeio te ver triste,
Nunca sei o motivo,
Por que não fica aqui?

Não vá, Não agora,
Não quero ficar só,
Quero você,
Quero todo seu perdão,
Mas não continue só.

Dói pensar que sou culpado,
Saber que posso estar errado,
Sou tão fraco,
Sempre recaio,
Me sinto sempre acalentado.

Não se rotule,
Não se dê defeitos,
Se perdoe,
Não fique aí sozinha,
Não sinto que é sozinha.

Me rotule,
Me encha de defeitos,
Certos ou errados,
Não se preocupe,
Não tenha nenhum cuidado.

Abraão Da Silva

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Na Tua Caixa


Eu poderia estar feliz,
Mas hoje não lembro o que sou,
Me prendi dentro de uma caixa,
Ouvindo sua voz respirar.

Me prendi em mim,
Não lembro quem fui,
Não sei o que você pode ter sido,
Não lembro que estaria quente aqui.

Eu estou feliz,
Seus insultos me fazem rir,
Me faz sentir seu tom de voz,
Me faz gritar perdendo a voz...

Eu poderia ser mais frio,
Ser como me deixou,
Ser abstrato ouvindo seu sarcasmo,
Prendido na tua caixa amassada.

Me deixa sentir seu corpo suar,
Está quente ficar trancado aqui,
Meio sozinho sem ver seus olhos de raiva,
Trancado na tua caixa, Ouvido sua doce fala.

Abraão Da Silva

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Florescendo


Um vazio no peito,
Um peito sem coração,
Uma pergunta sem perdão,
Seu beijo sem paixão.

Hoje, Já é amanhã,
E amanhã talvez não chegue,
Pode ser que acabe agora,
Acabe antes de escurecer.

Faça isso acontecer,
Escureça dentro de você,
Vá embora antes que o sol volte,
Volte antes que seja tarde.

Me mostre que é feliz,
Seja mesmo que não for,
Seja você sem se impor,
Não lembre onde estou.

Um coração em chamas,
Queimando e com frio,
Um copo de vodca aquece o velho corpo,
Amanhã o corpo pode estar morto.

Deixe ser como está,
É, Você não pôde sonhar,
Tenho medo de te imaginar,
Medo de outra vez acordar.

Abraão Da Silva

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Seu Rosto Marcado


É tão divertido ver seu rosto ferido,
Suas marcas fortes,
Seus cortes fundos,
Seus olhos escuros.

É frio o jeito que me olhar,
Não em amedronta mais,
Me deixa seguro,
Sabe bem o que faz.

É tão lindo ver seu rosto marcado,
Suas feridas abertas,
Suas asas cortadas,
Seu peito ensanguentado.

É bom saber que está assim,
Saber que te fiz sentir,
O que já senti,
Sentir seu rosto longe de mim.

Suas maquiagens não cobrem mais,
Seu rosto não se esconde em lençóis,
Suas mentiras não se envolvem nos seus sois,
Engraçado ver seu rosto no espelhos em nós...

Abraão Da Silva

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Meus, Seus.


Meus pensamentos se tornam reais,
Tão quanto seus sonhos,
Te atormentando a noite inteira,
Sem te deixar dormir bem.

Penso nos seus olhos,
Me corroendo de desejo,
No seu olhar pesado,
Seu olhar cansado.

Seus sonhos de ventania,
Numa noite sozinha,
Querendo sentir prazer e calor,
Sabendo que nunca te dou.

Vejo nos teus olhos sua agonia,
Com medo de estar sempre desaparecida,
Chorando em prantos e adormecida,
Pensando na vida como se fosse minha.

Meus, Seus pensamentos,
Seus, Meus sonhos,
Nosso olhar,
Nosso jeito de pensar.

Abraão Da Silva

domingo, 9 de setembro de 2012

Figurativo


Se ache superior,
Seja o que você pensa que é,
rebaixe outras pessoas,
e assim você vai ganhar todo mundo.


Não volte para seu lugar,

Fique na cidade que você hoje gosta,
Aja realmente bem,
Sinta o que você não tem.

Se figure,

Se torne a mesma que pensou ser,
Se transforme,
Veja o que você é, Veja porque.

Ache o que você pensa,

Seu pensamento pode valer a pena,
Seja superior a si mesma,
Veja quais se sempre vai ser mesma.

Abraão Da Silva

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Santa Saudade


Toda noite aqui sem luz,
Apenas um cigarro aceso,
Sentindo o frio e medo,
Querendo ter desejos.

Toda hora sozinho no meu próprio mundo,
Sendo desnudo nas águas frias,
Vendo as coisas passarem rápido,
Seu sentindo indo embora tão sábio.

O cigarro vai se apagando,
A fumaça consome o lugar,
Faz tudo ficar mais escuro,
Faz nada parar de ser meu mundo.

Parece um luar tão escuro,
Um calor de dentro de mim,
Seus cabelos aqui,
Em cima de mim...

Seus olhos aqui,
Brilhando só pra mim
Sua boca molhada,
Me beijando, E não para.

Não aguento tanto tempo,
Ficar longe dos teus beijos,
Não quero ficar tempos,
Longe dos teus olhos.

Santa saudade,
Me faz chorar como criança,
Sem ver seus pais,
Sem ter lembranças.

Santa saudade,
Me deixa sozinho,
Quero que se vá,
Me veja chorar.

Abraão Da Silva

Falta


Faltam palavras na minha boca,
Falta você nos meus braços,
Falta pensar o que fazer,
Dizer o que quero e o que faço.

Digo sem pensar quase sempre,
Quase nunca penso no que dizer,
Sempre fico maluco para mim mesmo,
Fico faltando no meu próprio poder.

Falta você a me falar,
Falar o que quiser,
Falar o que pensar...
Falta você me amar.

Tenho palavras sempre iguais,
Não diferencio o que quero,
Quero estar em paz,
Tento não voltar atrás.

Tenho seus olhos nos meus,
Sua voz na minha boca,
Seu perfume na minha roupa,
Quero ser a sua historia.

Abraão Da Silva

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Meu Mundo


Bem vindo até aqui,
Meu mundo está sem mim,
Fica tudo tranquilo sem nada,
Fica tão fácil sem estar alienada.

Bem vindo por suas doenças,
Suas bebedeiras e inconsciência,
Seu pesadelo na falta de carência,
Bem do seu jeito, sua presença.

Bem demais por acaso,
Sentimento sem audácia,
Mentindo pra quem fracassa,
Vendo toda sua desgraça.

Bem vindo até meu mundo,
Mundo frio e escuro,
Iluminado por uma cinza,
Uma brasa ainda acesa.

Pode dizer que quer isso,
Um copo sem nenhum vinho,
Vazio como seu peito,
Meu mundo não é perfeito.

Abraão Da Silva

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Alienado


Onde estou com a cabeça,
Onde quero que vá,
Por que não sei qual o lugar,
Por onde eu vá,
Não vou estar.

Onde estou... Bem e só,
Não vou estar acompanhado,
Num lugar tão solitário,
Não quero ouvir nenhuma voz,
Quero estar alienado.

Onde é que você vai?
Vai me deixar pra trás,
Me deixar sem nenhuma voz,
Fazer tudo o que não fará,
Me deixar onde era pra estar.

Onde voou meus pensamentos,
Os que eu guardei lá dentro,
Debaixo de um subsolo,
Por baixo de uma diamantina,
Sem nenhuma pressa, nenhuma cocaína.

Onde foi parar meu sono?
Quando ele se perdeu?
Parece tudo tão estranho,
Um peso nos braços,
Na minha mente tudo bagunçado.

Abraão Da Silva

domingo, 2 de setembro de 2012

Copo E Cinzas


Um copo vazio,
Sem cigarros no cinzeiro,
Um calor profundo,
E minha cara no espelho,
Discretamente sóbrio,
Enganando quem eu vejo.

Levemente bêbado,
Bêbado de sono,
Sono por dias sem dormir,
Cansado de não conseguir sair,
Sair de dentro de mim,
Querendo de mim explodir.

Um copo cheio,
Um cigarro aceso,
Prestes a ser tragado,
Copo quase sendo esvaziado,
Seu suor derramado,
No meu corpo sufocado.

Uma dose de dor,
Sem guardar rancor,
Nesse prazer que te dou,
Sem morrer de amor,
Só sentir calor,
Meu calor no teu corpo.

Levemente chapado,
Com os olhos quase fechados,
Morrendo de sono por dentro,
E por fora bem acordado,
Com o copo acabado,
E um cigarro apagado.

Abraão Da Silva


Sem Dizer Adeus


Um mundo tão doce,
Quase que chega a amargar,
Dá uma dor saber que tudo isso vai acabar,
Um mundo tão frio,
Pessoas tratadas como lixo,
Não importa o que seja,
Sempre tem o seu destino,
Sempre um mundo falido,
Todos com medo de ouvir um disco,
Sentindo algo que não é daqui,
Indo embora sem dizer adeus,
Voltando com medo de ficar sozinho,
Voltando arrependido,
Sem pressa no relento,
Na madrugada quente,
Que me deixa com frio,
Me faz enxergar seus erros,
Vejo todos os meus defeitos,
Vou embora sem dizer adeus,
Volto comigo mesmo,
Um sorriso falso que não é seu.

Abraão Da Silva

Lembranças, De Tudo Que Guardei


A perfeição dos dias,
Em que vi teu olhar,
Sentindo presente de mim,
Chorando por nada,
E nada por chorar.

O vento frio na cara,
Sentindo a brisa bater,
Sentir seus olhos fechando,
Correndo sem te ver,
Vivendo sem rever.

O frio da noite fica aqui,
Parece estar apenas aqui,
Morando dentro de mim,
Aquecendo meu calor com frio,
Adequando-me a teu silêncio.

Transpareça na noite,
Quente como fogo ardente,
Sentimento que queima por dentro,
Te faz ver o que não é como vento,
Me calando quando ouvir seu silêncio.

Sujo por mentiras,
Descontraído no teu olhar,
Concentrado sem parar de te observar,
Sair daqui só pra voltar,
Perfeição de dias que não vão voltar.

Abraão Da Silva

Sinfonia Do Destino


Sempre ouço a noite toda,
Tocando os acordes de um piano,
Nada me parece fazer sentido,
Fico surdo e sem o vento bater em meus ouvidos.

Sempre ouço toda a noite,
Uma música desafinada,
Distorcida como uma guitarra de cordas enferrujadas,
Seu piano parece uma farsa.

Não importa o que toque,
Essa canção que me toca,
Me deixa calmo e sem volta,
Me admira estar na hora.

Suas canções enferrujadas,
Com letras exploradas,
Junta tudo e tenha calma,
Seus dedos estão na alma.

Sempre ouço durante o sono,
Seus sussurros quase à gritar,
Com medo que não gostem,
Do que você poderia tocar.

Não importa quanto dure,
Importante eh ser ouvido,
Secretamente ou absurdamente horrível,
Sinfonia do destino.

Sincero no que fez,
Aprendendo a perdoar,
Sinfonia do destino,
Quer te fazer chorar.

Abraão Da Silva

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Estampado


Submetido dentro do frio,
Todos os dias vendo o sol nascer,
Esperando uma criança crescer,
Querendo não te ver sofrer.

Convencendo-me do teu olhar,
Quero dizer pra você parar,
Dizendo para você parar de falar.

Vendo no espelho o seu rosto estampado,
O seu sorriso brilhando ao meu lado,
Tudo começa a desaparecer,
Vejo tudo começar a ser apagado.

Seu rosto marcado e estampado,
Com um frio desesperado,
Um medo de ser mostrado.

Abraão Da Silva

domingo, 26 de agosto de 2012

Rastros Sombrios


Seguindo rastros sombrios,
Sombras noturnas sem luz,
Cansadas de ventos ao seu reluz.
Seguindo seu perfume,
Cansado de não achar,
Sentindo meu próprio frio,
Tentando me esquentar.

Fantasiando seus sonhos,
Toda sua mente girando,
Procurando focar-se,
Tentando achar-me.
Fantasiando meus olhos,
Olhando meus cabelos voando,
Sentindo que estou estranho.

Sombra sem destino,
Sempre meu assassino,
Sombra cruel...
Joga nos meus olhos,
Toda a verdade fiel.
Sombra atrevida,
Deixe em paz a minha vida.

Abraão Da Silva

Poema à um amor distante


Lápis na mão,
Criando palavras repetidas,
Querendo te querer,
Querendo ser tua vida.

Lápis sem ponta,
Não consigo escrever,
Falta você...

Preso aqui sozinho,
Com medo do que preciso,
Não vendo teu sorriso,
Tudo está se repetindo.

Me pedindo de coração,
Fazendo com que eu erre a escolha,
Me pedindo perdão.

Preso nos teus lábios,
Concentrado no seu olhar,
Sem muita coordenação,
Não consigo te soltar.

Parados em meio a chuva,
Esperando o sol brilhar,
Esperando a gente se encontrar.

Abraão Da Silva

domingo, 12 de agosto de 2012

Fantasma


Tava deitado pensando,
Pensando no que talvez eu tenha visto,
Vi que tinha algo esbranquiçado,
Um fantasma no meu quarto.

Vi que meu rosto se amedrontou,
Senti frio e nenhum calor,
Tava quase sem respirar,
Sentia alguém a me observar.

Fantasma perto de mim,
Seu rosto deformado me olhando,
Tentando me fazer sorrir,
Me amedrontando sem sentir.

Mas sabia que tinha algo mais,
Senti seu cheiro...
Quero mais, Saber onde estou,
Quero sentir seu calor.

Fantasma...
Me faça dormir,
Pensa que não estou aqui,
Me aquece no seu corpo que não existe.

Vi suas lágrimas caindo,
Seu rosto deformado me observando,
Me deixando com frio e medo,
Pensando em me assustar mais.

Fantasma bom ou ruim,
Me faz essa noite dormir,
Consigo pensar em ti,
Ver seu sorriso... Bom ou ruim?

Abraão Da Silva

domingo, 8 de julho de 2012

Medo De Mim, Do Meu Transparecer



Não sinto mais emoção,
Aquele escuro não me atrai,
Escuro que eu podia ter medo,
Medo que eu tenho de estar longe,
Esconder meu medo numa caixa,
Trancar como um cadeado,
Perder a chave pra não achar,
Lembrar do medo que me escondi,
Esconder o desespero do escuro,
Sentir o frio no seu braço,
Aquecer ao vento do luar gelado.


Não vejo mais a luz se mover,
Não sinto meus olhos queimarem ao ver,
Não vejo a água do poço transparecer,
Parece um mar de lodo,
Parecem um grupo de tolos...
Medo do que posso ver,
Sentir o frio dos lábios quando beijo você,
Sentir saudade do escuro,
Me trancar dentro de mim,
Esperar o tempo ficar ruim,
Não sentir quando estiver perto de mim.


Medo de estar só,
Sem estar nos meus vícios,
Sem estar do seu lado num dia ruim,
Pensar nos seus olhos me deixa assim,
Me faz pensar em não ter medo de mim...
Medo que não sinto aqui perto,
Me prendo no seu sorriso aberto,
Falando no meu ouvido,
Falando o que quero,
Deixando meu medo sair,
Desfazendo o que eu podia sentir...
Posso sentir o que quer aqui.

Abraão Da Silva

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Em Que Ficou



Quase fiz outra vez,
Quase fiz o que não sei,
Ainda senti outro calor,
Lembro que tentei me impor.


Lembrei do perfume,
Não sei qual, Não se onde,
Ainda fiz o que não sei,
Não vi onde estarei.


Lembro do calor,
Lembro de todo seu calor,
Calor junto ao meu corpo,
Calor em que entregamos todo o jogo.


No sabor da tua boca,
Beijo que em mim ficou,
Seu cheiro, Que em minha roupa ficou,
Seu rosto, Que minha mente virou.

Abraão Da Silva

Noite Passada, Pensada...


De noite não consegui dormir,
Pensei muito em você,
E em algo que me lembra você,
Naquele "Refrão De Bolero",
Nos teus beijos sinceros.

Começou outra música,
Uma que me fez chorar um dia,
Foi a música do meu dia,
Dia em que te conheci,
Que todos os meus pensamentos, Passaram ao mesmo tempo.

Eu tinha que ter algo a te dizer...
De noite não quis dormir longe de você,
Sem teu calor para sentir,
Sem teu carinho em mim...
Esqueci o que fiz aqui.

Me lembrei do labirinto no teu olhar,
Que me deixa sem jeito de pensar,
Sem jeito de também te encarar...
E não consegui dormir,
Mais uma noite sem sono,
Sem ter você aqui.

Lembrei do teu sorriso bobo,
Que me deixa feliz quando vejo,
Fiquei bobo... Te dei um beijo...
E não consigo dormir ao seu desejo.

Abraão Da Silva

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Noite Fetiche



Noite quente,
Sinto seus beijos mais carentes,
Seu suor descendo o corpo inteiro,
Seu coração batendo de tanto desejo,
E você sorrindo, Sentindo medo.


Noite escura,
As luzes apenas são das velas acesas,
as vezes os ventos gélidos batem a nossa cama,
A sombra do luar, Numa noite em chamas,
Sentindo seu corpo ferver...


Noite de delírio,
Seus suspiros de alucino,
Seus beijos de vontade,
Suas mãos arranhando minhas costas,
Seus dentes mordendo meus lábios...


Noite nítida,
Consigo ver seus olhos brilhando,
Seu coração pulsando,
E seu rosto se alegrando...
Noite em branco.


Noite cansativa,
Te fazendo sentir na pele o que queria,
Sentindo na minha pele o seu clima,
Satisfazendo todo o desejo daquele dia,
Sentindo a noite que não esfria.

Abraão Da Silva

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Seus Olhos II



Os olhos aparecem,
Apreciam... Te avisam,
Fazem você olhar,
Ver o quanto é bom chorar.


Os olhos entristecem,
Choram sangue... Acontece...
Os seus olhos me enlouquecem,
Suas cores me exercem.


Os olhos alucinam,
Mostram sua graça quando brilham,
E olham para mim...
Olham em meus olhos, Vê-em dentro de mim.


Olhos me olham brilhando,
Me vestem e desvestem,
Me congelam no ar,
Olhos que não querem me olhar.

Abraão Da Silva

sábado, 5 de maio de 2012

Aturdo



Fiquei sem noção,
Senti muita raiva,
Perdi os impulsos nas minhas palavras,
Senti remorso,
Senti desejo
Mandei tudo embora,
Mas não consigo ficar sem o que quero,
Me senti assustado,
Me senti pressionado,
Joguei na minha cara que algo estava errado,
Senti na pele que não tinha algo...


Fiquei desacordado,
Pensei no que faria,
Fui dormir tarde,
Pensando que ela viria,
Pensei até de mais,
Pensei que estava cedo,
Pensei no teu beijo
Provocando meu desejo...
Fiquei com dor de cabeçar,
Não conseguia dormir,
Passei a noite em claro,
A culpa é minha de te deixar partir.


Me deixei levar pela emoção da dor,
Senti o gosto das lágrimas,
As lágrimas tinham muito sabor,
Senti o teu toque no meu rosto,
Sua mão passando por meu pescoço...
Fiquei preocupado,
Pensei que estava louco,
Senti um leve aperto,
Me perdi de você mais um pouco,
Me joguei no meu próprio mundo,
Me controlei, Meu sono talvez fosse profundo.

Abraão Da Silva

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Foda-Se



Na ponta da minha língua tem um insulto,
Não tento me conter,
Sei que não vou conseguir,
Eu mando se foder,
Eu não quero mentir,
Eu quero que morra tudo o que mente sobre mim.


Na ponta da minha língua existe veneno,
Eu mando se foder,
Não tenho medo, Não peno...
Quero que saibam quem sou,
Do que sou capaz de fazer,
Mentiam sobre mim? Por que não tem o que dizer...


Eu mando se foder,
É a essência da verdade,
O começo da obscenidade,
A mentira do abate...
Não sinto mais o mesmo,
Não sinto desespero.


Na minha mente escondem-se,
Vários pesadelos incontáveis,
Talvez por eu ser desprezível,
Talvez por me desprezarem...
Me contam que sou ruim
Pior que sei que isso é verdade.


Na ponta da minha língua,
Eu tenho veneno pra isso,
Tenho a cura do seu feitiço,
Tenho a verdade do meu vicio...
Na ponta da minha língua,
Você ouve insulto...


Eu sei que sou isso,
Não sou o que falam demais,
Eu mando se foder,
Por que sei que sou capaz...
Eu não estou certo nem errado,
Eu sou o mesmo sagaz.

Abraão Da Silva

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sim Prazer, Sem Prazer



Mãos quentes e com desejos,
Subindo em teu corpo,
Sentindo seu querer,
Me falando que é fácil se render,
Falando que quer sem querer.


Me deixando sem jeito,
Me dando prazer,
Com seus beijos molhados,
No calor dos teus braços,
No amor que tem em seus abraços.


Me fazendo carinho,
Me beijando a boca,
Te tirando o folego,
Te sentindo agora,
Te querendo... Agora.


Mãos quentes e te dando prazer,
Não saberia mais o que fazer,
Não saberia qual meu limite,
Seus beijos me enlouquecendo,
Com gritos me dando vertigem...


Seus cabelos molhados,
Sobre seus ombros cansados,
Te fazendo expressar,
Te fazendo sonhar...
Te querendo amar.

Abraão Da Silva

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Apóstolo Judas



Jogado aos seus pés,
Hum... Consumido por ti,
Com meu corpo ardendo em febre,
Jogado no chão como um verme.


Pecando como um padre,
Que se embriaga no vinho do teu compadre,
Cometendo loucura por confissões,
Aquela bela criança que não tem mais voz.


Do meu lado conversam sobre um lugar,
Ouvem musicas que não são feitas por quem sabe pensar,
Assustam-se quando me vê-em falar,
Percebem quanta fé tenho naquele lugar.


Aquele pobre traidor que se arrependeu,
Não pensou nas consequências de trair o seu Deus,
Deus que diz ter o perdoado,
Mas no fundo estava como sempre, Enganado.


Jogado aos pés da tua cruz,
Abandonado naquele nó em que foi enforcado,
Embriagado e pouco cansado,
O judas traidor não será libertado?


O jovem apóstolo condenado,
Enforcado em teus pecados,
Por cristo também foi enganado,
Como um judeu odiado.

Abraão Da Silva

Expiatório

Me usam como apoio,
Me deixam sempre de acordo,
Não mantenho minhas opiniões,
Não me deixam ter emoções,
Querem que eu fique sem ações.


Eu poderia não aceitar isso,
Mas parece haver algo em mim,
Parece que me seguram assim,
Não me deixam ter medo,
Posso voltar a ser o mesmo.


Sou um bode expiatório,
O garoto que não quer ser igual,
Que não quer ser diferente,
O que anda sozinho,
Que não tem nenhum amigo.


Vão tentando me enganar,
Mas só pensam que acredito,
Eu sei todos os seus segredos,
Eu sei que te devo isso,
Mas voltei a ser aquilo.


Eu finjo não escutar,
Eu escuto mesmo assim,
Eu não sei por que resisto,
Nada é tão entorpecido,
Gosto de estar sozinho

Abraão Da Silva

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Me Lembro



Ainda lembro daquele lugar,
Escurecendo na luz do luar,
Ainda lembro daquele desejo,
Que consome meu corpo inteiro.


Me lembro das poucas vezes,
Que dormi e não chorei,
Me lembro do gosto das lágrimas,
Que por mim foram derramadas.


Lembro-me do seu defeito,
Refletido naquele pedaço de espelho,
Espelho quebrado por inteiro,
O espelho daquele... Que você veio...


Ainda lembro daquele lugar,
Que esperava tudo passar,
Ainda lembro daquele lugar,
Lugar que não gostaria de estar.


Me lembro do teu sorriso,
Naquele espelho refletido,
Me lembro daquele vicio,
Que continua te consumindo

Abraão Da Silva

terça-feira, 17 de abril de 2012

Coma



Saindo de um sono profundo,
Entrando em um lugar escuro,
Saindo do teu lado,
Voltando até o passado,
Eu finjo dizer que não,
Minha boca tenta dizer não,
Você me faz dizer sim,
Você não me faz ser tão ruim.


Saindo de um coma,
Me sentindo um dormente,
Sentindo entorpecentes,
Saindo de um sonho carente...
Você não consegue me deixar mal,
Você não quer que eu seja mal,
Não consegue me deixar sorrir,
Me deixando apenas dormir.


Dormindo de novo aquela hora,
Pensando no dia que é agora,
Acordando com entorpecimentos,
Pensando em estar sonolento...
Já não era tão normal e violento,
Você não me deixar cansado de sorrir,
Me deixa a vontade para dormir,
Me faz querer ser o que não consegui.


Abraão Da Silva