quarta-feira, 29 de maio de 2013

Escola


Trancado numa prisão,
uma sala sem noção.
Prendendo a respiração,
parando o coração.

Seguro sua mão,
sinto o seu pulsar.
Tento imaginar,
não estar, não pensar.

Matemática, sua tática,
sua história mal contada.
Português mal escrito,
em paredes rabiscadas.

Sem sentido, qual sentido,
me mostrando nada mais.
Sucumbidos sem noção,
todos com o cu na mão.

Na escola, regressivo,
vendo tudo e nada disso.
Faturando falsidade,
qualquer popularidade.

Abraão Da Silva

sábado, 25 de maio de 2013

Aproveite


Deixe tudo acabar,
aproveite a morte ao lado de quem ama.
Sinta sua vontade de estrar,
deixe a vida se apagar.

Viva longe do que existe,
dentro de tudo, evite.
Seja seu próprio carrasco,
diga adeus, e seja alienado.

Fique quieto aproveitando,
o tempo que resta no sonho.
Deixe a morte te acompanhar,
baby, a vida é não estar.

Tudo está indo de volta ao além,
voltando de ontem e do dia que não vem.
Aproveite pra acordar,
e ver que na morte vai se encontrar.

Abraão Da Silva

sábado, 18 de maio de 2013

Mãe


Não sei pensar,
nem imaginar.
Não quero saber,
nem aqui ficar.
Sem teu colo,
teu calor de mãe.
Sentir teu cheiro,
te abraçar de manhã.

Não quero saber,
prefiro nem sonhar.
Um dia te perder,
pra qualquer outro lugar.
Sentir sua falta,
ficar sem te beijar.
Um amor incondicional,
a qual quero sempre provar.

Eu sentiria vontade,
vontade de ir embora.
Estar em outro lugar,
esperando a hora.
Te ver nos meus sonhos,
sem saber se vou sonhar.
Não quero imaginar,
acordar sem ter você lá.

Abraão Da Silva

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Feito De Barro


Feito de barro,
como um jarro.
Como um vaso,
facilmente quebrável .

Como barro,
como algo imaginável.
Feito de barro,
como um homem no passado.

Buscado e ferido,
do jardim foi proibido.
Por quem deu tua vida,
quem o tinha como filho.

Feito de barro,
procurando uma estoria.
A velha piada contradita,
e sem vergonha.

Expulso de lá,
como se fosse um inseto.
Feito de barro,
procurando algum remédio.

Amaldiçoado!
feito como sacrifício.
João de barro,
sempre muito doentio.

Feito de barro,
qualquer coisa foi criada.
Tirado do nada,
onde nada havia fala.

Abraão Da Silva

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Tão Real

Quanto tempo até ontem,
e ontem não queria acabar.
Quanto tempo congelado,
com você nos meus braços.

Não sei explicar nada,
tudo ficou tão exato.
Os segundos em nossos olhos,
marcando algo mais que perfeito.

Aquele seu sorriso meigo,
um olhar que diz não acreditar.
Falo que é um sonho,
se for, não quero acordar.

Mas é tudo real,
tudo mais do que queria.
Tanto tempo esperei,
quantos sonhos te contei.

Não soube que horas te beijar,
antes de ter que partir.
E outro dia voltará,
e vou poder te levar em algum lugar... Longe daqui.

Abraão Da Silva

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Dança Da Morte


A dança com a morte,
seguindo no seu ritmo forte.
Pregando a sua mera palavra,
nas nossas línguas cortadas.

Procurando bailarinos sempre certos,
mostrando os versos e reversos.
Sentindo no calor dos braços,
a paixão arder em meio ao salão.

Dance com paixão,
aquela antiga canção.
No meio da multidão,
sempre procurando o que não vê.

A dança com a morte viva,
segurando o ritmo da vida.
Preparando a nova coreografia,
para te mostrar em outro dia.

Dance, deixe arder no corpo o calor,
sentindo toda aquela dor.
Dance com amor,
esperando o tempo que for.

Abraão Da Silva