quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Perfeita Simetria


Vejo a simetria,
vejo a pura perfeição.
As palavras ditas,
sem amor no coração.

Vejo todas as histórias,
dos dias que não vi.
Senti sua falta,
e esqueci de mim.

Vejo os seus olhos,
e as cores dos postes acesos.
Em alta velocidade,
ou em câmera lenta.

Vejo a simetria,
vejo sua perfeição.
E lembro todo dia,
do que passou em vão.

Vejo um coração,
cercado por espinhos.
Vejo teu amor,
rodeado de carinho.

Vejo todo dia,
a falta que você me fez.
Perfeita simetria,
Todo dia, um de cada vez.

Abraão Da Silva

Homem Alienado


Noite sem luar,
fico a chorar.
Choro sem motivos,
esperando uma razão.

Dia frio,
sem nada que pensar.
Ouvindo qualquer besteira,
falando de religião.

Homem alienado,
cale sua boca.
Isso não é verdade,
sua vida é um nada.

Vai se acabando,
como o ar.
Vai deixando levar,
o ar que você quer.

Homem de voz muda,
você fala como nada.
Você é apenas um nada,
e é o nada que quer ser.

Se pergunte sem resposta,
aquela velha estória.
Se pergunte sem pensar,
onde você quer estar?

Abraão Da Silva

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A Falta


A falta me faz ver,
ver o que não quero.
A falta do olhar sincero,
a vergonha do meu olhar.

Lembrei da falta que me fez,
e ao mesmo tempo do alivio.
Lembrei que sem ela nada sou,
e com ela menos ainda.

A falta do teu cheiro em mim,
e do seu suor escorrendo.
Um pouco longe dos meus olhos,
os olhos dela longe de tudo.

Um pouco de tudo na cabeça,
e você toma todo o lugar.
Toma de conta de todo meu pensamento,
e vaga em minha cabeça apenas a lembrança do teu cheiro.

A falta me faz ver você,
ver tudo o que quero esquecer.
Um pouco longe do teu olhar,
e mais longe do que você possa estar.

Abraão Da Silva

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O Paradoxo Do Sentido


As vezes você vai lá no quintal,
sozinha...
E fica vendo a noite,
passar...
As noites mal dormidas por você,
estranha...
Enquanto sua voz continua sem falar,
no teu lugar...

As vezes no quintal lá de casa,
você olha para a lua ali, parada.
Enquanto aquele vento, te esfria,
na noite em que está, sozinha.

As vezes eu estou no quintal,
sozinho...
E fico vendo o dia,
chegar...
As noites em que dormo sozinho,
estranho...
Enquanto minha boca não consegue,
falar...

As vezes no quarto escuro,
olho pro teto ali, parado.
Enquanto o calor, me aquece,
na noite em que eu estava, por lá.

Abraão Da Silva

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Parece Ontem


Parece que foi ontem,
mas faz tempo.
Você foi embora,
sem querer avisar.

E me lembro de amanhã,
como se fosse um sonho.
Um sonho que não aconteceu,
um sonho que você esqueceu.

Parece até agora,
algo pouco real.
Seu olhar tímido,
em meu olhar sentimental.

Um pouco de ontem agora,
e agora mais um pouco de nada.
Pareceu um sonho surreal,
em meu olhar sentimental.

Abraão Da Silva

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Minha Calmaria


As vezes a noite gosta de sorrir,
e sorri sem ter motivo.
O vento me faz sorrir,
as vezes até sem sentir.

E olhei pro céu e vi o sol,
pelos vidros do carro e a luz do farol.
A luz do dia foi acabando,
e tudo se apagando.

A noite parecia calma,
e calma continuou.
O dia durou pouco,
pouco mais que meu sonho.

Acordei pra ver o sol,
e o sol me fez sorrir.
Aos poucos abri os olhos,
e teu cheiro senti.

As vezes a noite gosta de mim,
e me deixa curtir a noite inteira.
E eu vou deitar na calmaria,
sentir o sossego de todo meu dia.

Abraão Da Silva

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Noite Passada


As vezes aquele sonho,
parece com você.
E vem a noite inteira,
para me comprometer.
Me beija e me jogar fora,
e me faz como nada fui.

As vezes você,
parece aquele sonho.
E não vem a noite,
nem vem me dizer nada.
Me deixa e me beija,
me faz do que já fui.

As noites sem sentido,
no sonho em que te vi.
E as noites com sentido,
em que o sonho foi assim.
As vezes sem dormir,
e as vezes sem estar aqui.

As vezes aquele sonho,
as vezes como você.
Me beija e me joga fora,
me faz o que quer que eu seja.
As vezes, noites frias,
e sempre um pouco vazia.

Abraão Da Silva

Velha Poesia


Escrevi outra vez,
a poesia que você deixou na chuva.
E outra vez deixei molhar,
por minhas lágrimas.

E fui escrevendo sem saber,
que versos você iria ler.
E fui esquecendo as palavras,
não sabia outra vez usa-las

Escrevi pela luz negra,
mostrando as cores ocultas.
As palavras escondidas,
onde não escrevi ainda.

Esqueci aquele nome,
e o rosto no espelho.
Esqueci dos meus desejos,
e escrevi os seus anseios.

Abraão Da Silva

Longe do Perto.


És tão linda de longe,
perto de mim.
Me faz lembrar,
me faz esquecer.
O que você é,
quem tenho de ser.

És tão sensível assim,
agressiva para mim.
Me deixa seguro,
com sua insegurança.
E me faz dormir,
sem nenhuma esperança.

Tão perto e tão longe,
seu olhar entre as brechas da porta.
Tão forte seu cheiro,
que corre por todo lugar.
Tão perto e tão longe,
do teu lindo olhar.

Abraão Da Silva

Indecisão


Agora você mostra,
e diz o que quer.
Agora você esconde,
e muda suas palavras.

E fico a te admirar,
estando você como quer estar.
Seu jeito de me ignorar,
Meu jeito de te fazer acreditar.

Agora você diz querer,
e me beija sem eu pedir.
Agora diz que não,
e me manda parar...

E fico mais interessado,
e te quero mais agora.
E fico quieto,
escrevendo alguns versos.

Abraão Da Silva