terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Minha Escuridão, Minha Ilusão


O escuro tem me feito companhia,
me chamando de amigo e me servindo de abrigo.
O escuro tem o teu sorriso,
sorriso sombrio que mexe comigo.

O olhar daquela sombra,
me chamando atenção na rua.
Me pedindo perdão sem eu saber motivo algum,
me chamando então, me dando razão.

As noites de estrela que me prendem no quintal,
olhando para cima e esperando o final.
Os ventos que me sopram e me fazem ter sono,
sentir aquele frio de desejo em um profundo sonho.

O teu olhar morto com olheiras,
e aquele teu ramalhete de flores murchas.
Seu corpo vagando na neblina,
indo embora a cada dia...

A escuridão tem me dado razão,
feito disparar meu coração.
Me dá sustos e cultiva minha dor,
me trata como nada, me trata como amor.

Abraão Da Silva

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O Garoto Que Não Dormia.


Ei, você...
lembra daquela criança?
Aquela pequena criança,
que não conseguia dormir...

Lembrei disso ontem,
um pequeno sonho que tive.
Tinha um garotinho estranho,
ele era normal, até a hora de dormir.

Depois ficava agonizando em seu berço,
querendo fugir de lá.
Se escondia no porão,
para ninguém o achar.

Ei, menino...
onde você está?
Está na hora de dormir,
vem pro seu quarto agora...

São palavras que sua mãe macabra dizia,
todas as noites a mesma coisa.
E o menino não ouvia,
ele não iria dormir de novo essa noite.

Ele queria beber e fumar,
a noite toda jogando poker.
Uma criança um tanto diferente,
cheia de merda na mente...

Dorme essa noite criança,
dorme sem medo.
Dorme essa noite para aqui ficar,
dorme essa noite para não acordar.

Abraão Da Silva

Maldita Atração


Vejo meus restos jogados fora,
como um corpo que quer se afastar.
Indo sempre sem parar,
buscar o destino da morte de Boddah.

A quem quero mesmo enganar?
seus olhos ainda me prendem como cordas.
E seu corpo me seduz como um veneno,
atraído pela sua beleza me sinto desconforte.

Já sem nenhum movimento,
suas garras sangram meu corpo.
Me deixando marcas e depois se vai,
me fazendo querer voltar atrás.

Aquele dia aconteceu um deslize,
sua boca me drogou.
parece uma alucinação,
eu dancei, você dançou...

Uma dança casual,
meio espiritual.
Com um toque de romance,
e o que seria o restante?

Uma dança sensual,
meio corpo a corpo.
Seu ritmo me viciou,
seu segredo me conquistou.

Uma madrugada sem nexo,
uma vodca e um livro.
Uma mentira contada,
e tudo indo outra vez ao lixo.

Abraão da Silva

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Carty e Helena



Todos os dias voltando para casa, passava por uma casa escura, com as luzes apagadas e apenas com um casal sentado na varanda a luz de velas. Eles todos os dias conversavam com um tom de sussurro, eu falava e eles lá sempre meio mudos.
Eu senti arrepios depois de passar a ultima vez lá, quando cruzei a rua e entrei na esquina, a casa tinha sumido. O casal estava vindo no outro lado da rua, um separado do outro... o homem com um pássaro negro no ombro e sua mulher com um buquê de flores.
Eu os esperei, esperei com medo e eles passaram sem falar, e apenas foram embora. Não voltando a ver aquela casa, mas acordando dia após dia com aquele pássaro negro e flores na minha janela, lembrei desse casal todos os dias, os nomes deles? Carty e Helena Collins. Não foram outra vez vistos por mim, não como uma realidade, mas como vidas a serem esquecidas.

Os mesmos sonhos tenho todas as noites e isso já me assustou um dia,
me fez pensar que era um aviso, acho que isso só deveria acontecer por pura alucinação,
mas sempre foi real, nunca uma imagem na minha mente, mas uma imagem na minha realidade,
sem medo mas com medo de encarar o que isso pode ser...
me fecho no escuro dos olhares de Carty e Helena,
e vago lentamente nas sombras das ruas da casa em que eles moravam.

Abraão Da Silva

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Marionetes


Controlado por uma dor cortante,
e seguindo como um cão no cio.
Sentindo o frio da noite sem lua,
as nuvens cobrem o céu sem duvida.

Uma marionetes alienada com cordas no corpo,
sem saber pensar no que é de verdade.
Um fantoche sem vida, querendo um coração,
sem saber se um dia vai tirar aquelas cordas.

Um peso na mente e a vontade de consertar,
toda a dor de alguns meses que não sabia pensar.
Sem poder falar por si,
Sentindo a dor sempre arder.

Um alienado sem alma e sem coração,
não tem armas para lutar.
Julgado por seus erros e canções,
sem ter feito parte de tudo.

Assistindo de longe com olhinhos pequenos,
toda a verdade que não conhecia.
Tentando saber o que é sua realidade,
Tentando aprender a morrer todo dia.

Uma corda em cada parte de seus membros,
controlando sua visão e atos.
Suas lágrimas não escorrem,
e suas mentiras não podem doer.

É apenas uma marionetes controlada,
sem saber o que tem que pensar.
Sua vida estupida e sem coração algum,
faz de tudo parecer um nada envergável.

Uma marionetes querendo perder suas cordas,
andar e ver como quer a verdade.
Sua puta realidade que te abre os olhos muito tarde,
a sua realidade mostrada ao poucos num quadro sem qualidade.

Abraão Da Silva