sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Emoldurado


Esperei cada segundo passar,
como se fosse mentira.
Agora estás longe,
minha menina.

Foi embora tão rápido,
e vai demorar a voltar.
Será que voltará?
ou nada acontecerá?

Esperei um ultimo beijo,
não pareceu tão apaixonado.
Não sei se queria,
pareceu forçado.

Você sempre esteve aqui,
agora foi embora.
Eu não vi enquanto podia,
agora quero me embriagar no teu cheiro.

Acordar sem ter tua voz no ouvido,
logo cedo fica tarde.
E a solidão me bate,
espanca-me como covarde.

Esperei tampouco por tudo,
e agora o tudo eu perdi.
Procurando sentir o pouco que sobrou,
ainda sim não compreendi.

Me emoldurei num quadro pra te dar,
mas antes disso me quebrei sozinho.
Senti o gosto de estar abandonado,
e não quis me acomodar.

Agora tenho medo de não voltar,
e ficar sempre do lado oposto.
Apostando em outro rosto,
abusando outros sabores.

Sentirei saudade,
e vou me viciar nisso.
Mesmo que eu fique sozinho,
talvez eu me desfaça de tudo.

Esperei tanto por isso?
e tudo isso aconteceu.
Como eu menos imaginava,
um cordel sem meio...

A poesia mais pura,
solitária e batida.
A solidão me batendo,
espancando-me com minha própria dor.

Abraão Da Silva

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Pingos De Chuvas


Assustei-me ao ver aquelas palavras,
tão frias e desajeitadas,
parecia que ia dizer adeus,
mas esperou o choro de algum Deus.

Fui ler e tentei enxergar qual o motivo,
por que me deixaram aqui?
por mais que apareçam,
não consigo ouvir.

O que foi isso no vento?
ficou mais frio do nada.
O velhinho está mais esguio,
a fome de tudo está apertando.

Vi um arco-iris longe,
sem um pote de ouro no fim.
Ele ficava mudando suas cores,
e escurecendo cada claridade.

Me assustou ver teu rosto feliz,
tão longe e tão perto daqui.
Parecia bem, quando longe de mim,
e eu chorando por estar sem bis.

Pingos de chuvas nos óculos sujos,
esperando qualquer letra para enxergar.
Pingos gélidos nos lábios sem cor,
vendo qualquer beijo sem nenhum amor.

A chuva que caiu hoje,
afastou-te de mim.
Deixando meu eu aqui te querendo,
esperando de volta um gole de veneno.

Dormir em paz,
sem ter que acordar.
Pingos de chuvas,
nos olhos das almas.

Abraão Da Silva

sábado, 21 de setembro de 2013

Vida Cio


Caralho!
Eu deixei passar o que tanto quis,
aquele beijo sujo de cigarro,
e todas as manchas de batom.

Eu quis experimentar o quanto tive,
e esqueci de querer te dar o que não teve.
Não vi noção na hora do que fazer,
e agora me arrependo!

E agora não tenho a minima piedade,
pois tudo que estraguei se virou.
Você justamente se vingou,
e me deixou como qualquer senso.

Caralho!
Você não devia ir embora,
eu queria que ficasse,
Por tanta demora eu esqueci...

Eu escutei o que falei,
e me arrependi de tanta palavra.
Por motivos injustos,
esqueci da verdade.

Não sentia o que queria,
apenas via o que quis.
Morri por negar,
o que tanto pedi.

Abraão Da Silva

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Mendigando Solidão


No céu escuro e sem brilho algum,
perdido no espaço comum.
Vestindo Prada como o diabo,
encharcado em vinho como um bebum desabrigado.
Sem serviços nem emoções,
a dor cobre as ilusões.
E onde todos vão me procurar?
na esquina, me vendo mendigar.

Mendigar por um amor,
qual nunca vou encontrar.
Mendigar por um sorriso,
tão falso quanto posso pensar.
Vou pedindo a qualquer olhar,
um pouco de atenção.
Mendigando solidão de dia,
em noite de desilusão.

Abraão Da Silva

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Distante


Detesto estar longe
e esperar tanto pra te ter
Sentir seu cheiro no meu quarto
e saber que não é você
Por mais tempo que eu possa esperar
ainda vou te querer
Sei que você pode ir logo
mas não vou te perder.

Fui tolo por tanto tempo
deixei de ser bom pra você
Esqueci como era perfeito
acordar e te ouvir respirar
No telefone por poucas chamadas
por horas de ligação e historias
Esperando nos dar sono
e sem sono dormimos sonhando.

Vou estar aqui quando quiser
e estarei por perto quando menos esperar
Minha cabeça não para de pensar
que é com você o meu lugar
Esqueci de usar meus elogios
e quebrei um pouco de sentimento
E vou tentando consertar tudo isso
esperando que tudo fique certo.

Me deixei pensar em ti
e por ti voltar a ser feliz
Voltei a pensar em te fazer bem
e não quero que isso acabe aqui
E por mais que eu tente
vou te amar mais a cada segundo
E amando vou escrevendo pro mundo
que você é minha e me deu esse sentimento profundo.

Abraão Da Silva

sábado, 7 de setembro de 2013

La Muerte Del Espiritu


Devagar,
sem nenhuma pressa,
dorme enquanto é tempo.
Sangue,
derramado, escorrendo pela escada,
devagar, a muito tempo faço nada.

Silêncio,
o sonho começou,
é hora de acordar.
Luzes,
câmeras preparadas,
mas não tem ação.

Juntos,
vamos procurar a dor,
e curar com esse amor.
Amor,
é difícil existir, mas é fácil,
fácil de destruir.

Abraão Da Silva

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Nevoeiro


Ficou pequeno,
Pois eu me deixava levar.
Por qualquer outro momento,
Esperava qualquer silêncio.

Minha mente se recolhia,
A chuva fria estava perto.
Mas nada de chuva para quem quer algo longe,
Apenas o escuro frio e sujo.

Vê se tô por longe,
Não me faça voltar,
É bastante escuro, tenho que parar.

Vê se você volta,
Bate na minha porta,
Por favor, não demora.

Abraão Da Silva

História Romântica


Não sei mais o que falar,
mas sei o que aprendi.
Aprendi o que não há,
nas revistas e gibis.
Hoje passou rápido,
amanhã nem vai chegar.
Quanto medo se passou,
e ainda estávamos lá?

Eu ouvi minha voz dizer,
que nada ia mudar.
Mas tudo muda uma hora,
não só uma hora boa, mas uma hora ruim.
Eu ouvi ela dizer: "Você nem tentou",
não tentei com medo, isso te machucou.

Esperar é tão cansativo quanto nada,
e nada nunca me disse o que tinha de dizer.
Eu tive que esperar minha mente crescer,
e acordar pra poder entender.
Que nada ia ser como li num livro infantil,
tudo ia ter dificuldade diferente dali.
Isso me fez acordar e ver o quanto fui ruim,
só pra saber o quanto fugi de mim.

Vi tudo outra vez passando por mim,
esperei o silêncio ficar ruim.
Desperdicei meus sonhos e destruí tudo,
esperei tudo ficar ruim.
Esqueci de fazer o certo de novo,
e todo o certo foi embora.

Abraão Da Silva