sábado, 13 de setembro de 2014

Santíssima Trindade

A vida,
eterna vadia.
Dona de cada sentimento,
produto em que vivemos.
Lutadora, sofredora e depressiva,
vida que não segue, vida opressiva.

A morte,
diamante bruto.
Sem nenhuma beleza,
sem qualquer intenção ruim.
Ofende até mesmo si própria,
devassa por todas as horas.

Paz, paz qualquer,
sem pudor.
Uma única mulher,
sem filhos e sem ambições.
Paz de um dia de ilusões,
Ilusões de um dia ter paz.

Abraão Da Silva

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O Drama

Tudo igual,
sempre igual.
Réveillon ou carnaval,
tanto faz.

Tudo eterno,
tanto amor.
Quanta dor,
mas que dó...

Abraão Da Silva

Mesmice

De noite, noitinha,
chegando o fim do dia.
Esperando a hora de dormir,
e querendo uma distração.
De dia, com sono,
mesmo sem poder dormir.
Rotina chata essa minha,
mas ainda sim continuo seguindo.

De noite, cansado,
querendo o seu corpo no meu.
Um copo de vinho tinto,
qualquer marca, pode servir.
Um tanto gelado,
um vinho antes de dormir.

Abraão Da Silva

Nata

Eu não sou nada,
não tenho casa.
Não conheço gente importante.

Eu sou do subúrbio,
da favela, de lugar nenhum.
Sou a nata, sou da nata,
dessa tal humanidade.

Sou prisioneiro,
castigado por Deus.
E inimigo dessa sociedade,
sou a nata, sou de verdade.

Abraão Da Silva

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Versos Teus

Havia muito de ti em meus versos,
mais de ti do que palavras.
Havia muito de ti em meus sonhos,
sonhos tão lúcidos, mas tão distantes.

Tão longe está sua boca,
quanto mais longe, mais desejo teu beijo.
E a lembrança que tenho é seu cheiro,
que ficou junto do abraço que me deu.

Havia muito de amor,
mais do que qualquer dor...

E cada suspiro de hoje,
foi por você estar em minha cabeça.

Havia muitas palavras,
e cada uma delas era simples demais.
Havia muito de ti,
em meus versos irreais.

Abraão Da Silva

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Castelos De Areia

Parece cada vez mais linda
em cada foto sua que vejo.
Seus olhos ainda mais brilhantes,
cores quais não sei esquecer.

Parece que estou em castelos de areia,
sempre deixo desmoronar um pouco por dia.
Penso estar em algum lugar,
mas na verdade, é só sua vida.

Parece cada vez mais feliz,
e ainda mais sarcastica que ontem.
Ontem no sonho que tive pela manhã,
que você aparecia e me fazia tão desigual.

Acho isso tão estranho,
castelos de areia em cima de um sonho.
Como um plágio, eu iria usar uma frase,
que dizia que as estrelas não morrem por o céu estar nublado.

Mas morro eu, a cada dia em que me deparo comigo mesmo,
morro de amores, de dores e embriaguez.
Morro sem medo, dentro de meus castelos,
meus intocados castelos de areia.

Abraão Da Silva

Mercado

A solidão plantada em cada verso,
prateleiras vazias por onde vejo.
Produtos caros,
quanto exagero.

Quando menos percebem,
vendem suas almas.
Mercado escravo,
sistema devasso.

Quando notares o que acontece,
que se tem o que merece.
Mas nunca notaria,
não merece o que tem.

A solidão plantada em cada beco,
cada verso sem nexo.
Sem verdades absurdas,
sem mentiras futuras.

O beco de cada uma solidão,
bate forte, vive, nobre...
Sobre meu peito,
cada estrofe.

Abraão Da Silva

Suor

Quero tirar sua roupa,
te beijar a boca.
Quero te deixar louca,
te causar arrepios.
Te fazer sentir calor,
em um dia frio.

Quero sentir seu sabor,
seu beijo de prazer e amor.
Seu suor em meu corpo,
minhas mãos a te tocar.
Quero te levar pra cama,
quero seu amor, quero te amar.

Quero te ver sem roupa,
te deixar sem jeito.
Te quero agora,
não apenas uma hora.
Quero por horas inteiras,
sem ninguém pra atrapalhar.

Quero essa selvageria,
na água fria, pra a gente esquentar.
Seus cabelos assanhados,
nossos corpos juntos.
Ainda mais suados,
numa noite de luar.

Abraão Da Silva

Só um beijo

Só mais um trago,
um pouco violento.
Beijo-te viciadamente,
beijo alucinadamente.

Minha boca pelo seu corpo,
seu corpo me enlouquecendo.
Entrego meu corpo à ti,
assim como quero te corpo apenas pra mim.

Só uma vez mais,
quero provar agora.
Diferente de antes,
seu beijo repentino.

Enquanto tocam músicas assim,
como as que tanto te escrevi.
Só uma música maluca,
durante quinze minutos.

Beijo-te sem parar,
enquanto toca tão lento.
Som do silêncio,
seu olhar violento.

Beijo-te mais uma vez,
para que possa se lembrar.
Você morde-me os lábios,
eu não peço pra parar.

Abraão Da Silva

Sul-Lar

  Até aqui dentro, um coração fechado de sentimentos pelos quais eu nunca fui capaz de compreender, sentimentos quais eu nunca entendi bem do que seria tratado. Um cara estranho como eu sou, que pôde se apaixonar por distancias e valores reais, que nunca se apaixonou por nada que fosse desleal, ou desleal também conta nas minhas paixões.
  Parecia sempre tranquilo, qualquer momento que eu estivesse bem vivo ou segundos depois de ficar doente. Tudo eram as más impressões de mim mesmo que eu havia criado numa memória qualquer.   Tudo o que parecia, é que eu queria muita atenção e não tinha quem me viesse falar.
  Ouvia musicas, sentidas, e me envolvia em cada minuto de solos de guitarras e vocais, sequer sabia eu que tudo o que eu estava sentindo era vontade de ter-te para mim, a distancia. Distancia em que eu me prendia ao saber que não teria como entregar-me a tal estrada que devia percorrer.
  Seria apaixonante se tal distancia, tomasse rumos iguais aos meus, com um jeito de me ver, me conquistar e se apaixonar por mim. Essa demora me desconserta, me atrai e me invade. Essa saudade que vem e deita dentro de mim, como a distancia percorrida daqui ao sul... Sul, que você foi, e que não estaria por perto pra te aquecer no inverno.

Abraão Da Silva

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Vestígios Litorais

Os vestígios que ficam,
dos passos na areia.
Cada segundo mais apagados,
estamos de pés molhados de frente ao mar.

Vaga-lumes a voar,
vento frio em nossos corpos.
Litoral exposto...
calor do teu corpo.

Os vestígios não ficam,
os passos foram apagados.
As pedras mudaram de lugar,
e eu só queria ter ficado por lá.

Abraão Da Silva

Luar

Olha pra lua, amor,
imagina meu olhar.
Olhar que deixo a te encarar,
em todo momento te espiar.

Olha a tua volta,
volta pra mim e não demora.
Vem dormir,
ninguém te acorda.

Oh meu bem,
onde quer estar?
posso te levar,
posso te amar.

Abraão Da Silva

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Pátrio

Você é hoje diferente,
do tempo em que me lembro.
Era divertido sair com você,
para qualquer lugar que fosse.

O tempo passou e não percebi,
quão rude e ignorante se tornou.
De longe parece o pai que me amou,
de perto tenho medo, prefiro esconder o que sou.

Quantas lágrimas deixei cair,
e você nem imagina.
Quando sofri, fui apenas reclamado,
precisava de colo, mas fui negado.

Eu lembro como era antes,
mas mudou...
Não é o mesmo pai,
só finge o mesmo amor.

És falso, e como dói,
realmente me destrói...
A saudade do passado,
o pai que ainda vive, mas não ao meu lado.

Abraão Da Silva

terça-feira, 3 de junho de 2014

Nudez

Imagem por: Neto Silva
blog: http://netoarts.blogspot.com.br/
Noto cada detalhe teu,
cada roupa caída.
Sua beleza íntima,
normalmente inibida.

Sou atencioso,
desenho em minha mente cada curva tua.
Cada traço do seu corpo,
imagino-te nua.

Pinto e apago cada traço errado,
rabisco e conserto suas linhas tortas.
Deixo-te nua...
de perfil, assim, agora!

Noto cada risco certo em seu desenho,
suas roupas no chão do banheiro.
Sua beleza à mostra,
sua nudez exposta.

Abraão Da Silva

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Apenas Mais Uma De Amor

Apenas mais uma palavra,
numa canção de desprezo.
Jogada em qualquer lugar,
como o vento que não veio

Apenas mais uma de amor,
na liberdade de quem diz.
Na triste alegria do horror,
de quem diz o que condiz.

Abraão Da Silva

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Seu Dizer

Você diz não ser poeta,
e me conquista com palavras.
Me faz rir,
me deixa sem graça.

Em segundos me encareço,
te quero o colo e adormeço.
Sentir seu cheiro e suspirar,
me virar e ver teu olhar.

Você diz não ser cantora,
me canta versos e eu ouço.
Sua voz me acalmaria,
com seus braços em meu pescoço.

Digo que te quero,
e quero a cada segundo.
Segundos lentos que não passam,
eternidade em que me faço.

Te faço versos,
e digo te amar.
Seguro sua mão,
quero te beijar.

Te ouço versos,
em que você diz não fazer.
Mas deixa escapar tudo,
tanto que quero de você.

Abraão Da Silva

domingo, 25 de maio de 2014

Fim do Mês

Faltam seis dias para o fim do mês
e o que você fez?
Segurou algum problema,
ou enlouqueceu de vez?

Falta pouco tempo pro dia terminar,
e você, onde vai estar?
Tanto faz se for na igreja,
ou na mesa de um bar.

Faltam alguns minutos pra próxima hora,
e você aí parado.
Pensando na derrota,
levanta daí, vai fazer sua glória.

Abraão Da Silva

terça-feira, 20 de maio de 2014

Restos De Alguém

Com Deus ou sem ele,
não sei se sou humano.
Sou o resto de alguém,
só um pedaço urbano.
Com Diabo ou Salvador, 
seja ele quem for.
Não quero perdão,
não quero esse amor.
Um pedaço urbano,
que não presta atenção.
Vê placas e ignora,
que não vê revolução.

Abraão Da Silva

domingo, 27 de abril de 2014

Como Vinho ou Cerveja.

É na solidão que há espanto,
monstruoso orgulho que sinto.
Não tenho medo de ficar sozinho,
mas tenho medo de não ter alguém por perto.

Subitamente me escondo em lençóis sujos,
manchado por cada gota de lágrima que deixei cair.
É aqui que moro sozinho,
no meu lugar onde penso e vivo.

É nessa solidão que me escondo,
sempre que tenho medo de estar só.
Me enveneno no desapego,
achando que nada mereço.

É nesse espanto que há tudo o que desejo,
nesse mesmo receio me entorpeço.
Há alguém sempre comigo,
mesmo que comigo não esteja.

Há um amor que me rodeia,
apenas um que me deseja.
Seja como cerveja,
Seja vinho, como mereça.

Abraão Da Silva

domingo, 13 de abril de 2014

Ouvindo-os Vindo

Na varanda solitária,
apenas você, eu e mais nada.
Chuva fina, bem fria,
quase sem energia.

Ouvia passos, muitos passos,
pessoas passando, vindo do espaço.
Não via ninguém, não queria saber,
para nós, era apenas eu e você.

Estávamos quietos,
ouvindo-os vindo.
No frio deserto,
de longe saindo.

Ouvindo-os vindo,
da varanda pela rua.
Os passos incômodos,
nos deixando estressados.

Ouvindo-os falando,
enquanto nós pecamos.
Lá fora esfriando,
aqui dentro esquentando.

Abraão Da Silva

domingo, 23 de março de 2014

Traçado

Gastando os ponteiros do relógio,
Enchendo seus olhos com palavras tristes.
Simples... Nada como aquele dia foi.

Razão sua,
Você disse que não seria tão perfeito,
Não quanto antes.

Já me peguei sonhando,
Sendo mordido nos lábios por seus dentes.
Daquele sorriso por qual me apaixonei,
Que até com flores comparei.

Seja verso ou não seja,
Passado ou seja o que for.
Seja presente, assim como não sou.

Já fui pego de surpresa,
Pensando que o tempo voltasse.
Querendo dizer cada detalhe,
Do que você não tenha ouvido antes.

Razão minha...
Te questionei e fiz algo sentimentalmente vivo.
Talvez melhor que antes.

Seja verso ou sei la...
Tudo está em seu lugar.
Seja verso ou estrofe
Presente ou apenas sorte.

Abraão Da Silva

terça-feira, 18 de março de 2014

Identidade, Sem Nome E Sem Idade

Tantas coisas já vi,
em tantas estradas desertas.
Pontos sem ser finais,
finais não pontuados.
Sinais abertos sem tráfegos,
e fechados movimentados.

Vejo minhas músicas sem melodias,
e minhas melodias sem poesias.
Os desenhos sem traços,
e os traçados enrolados.
Refrões sem fim,
não feitos por mim.

Não sou poeta,
não sou escritor.
Não sou puritano,
não sou pervertido.
Não sou religioso
e não sigo ateísmo.

Sou meu próprio eu,
não acredito em amor destinado.
Faço o amor acontecer,
deixo acontecer como tem que ser.
Amo estar com quem estou,
e amo precisar amar aquele sorriso.

Podia ser de outra forma,
seguir qualquer norma.
Podia ser do jeito certo,
mas o errado é tão melhor...
A verdade de querer esbarrar,
nos desafios em que tenho que enfrentar.

Abraão Da Silva

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Remancho

Vi um planeta orbitando,
querendo entrar em uma constelação.
Está cedo essa noite,
está cedo ou não.

Ficção qualquer invento,
para mostrar o que é real.
Uma novela como o vento,
levando poeira no verão.

Tinha mais coisa dentro de mim,
mas tudo some sem explicação.
Os sentimentos simplesmente se mancham,
se desmancham e remanchão.

É bom quando remancha,
de tão ocioso não se mancha.
Não se desmancha, não acaba,
não há vento para levar.

De leve o vento para,
movimenta-me no luar.
Saiu da logica, tal escrita,
não tem tempo de estar.

Era apenas uma estrela,
de um zodíaco qualquer.
Brilhando em qualquer ponto escuro,
brotando flores no céu.

Eram apenas ideias fugidas,
com medo de serem despertas.
Veio como uma ventania outona,
veio folheada e fria.

Veio forte à não chegar,
chegou forte à remanchar.
Suas palavras em meus ouvidos,
meus pensamentos em seus sorrisos.


Abraão Da Silva

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Estive

Tentei estar, na sala de estar,
pensar em algo fácil.
Simplesmente não pensar,
me motivar por coisas qual queres.

Estive deitado,
olhando seu olhar.
Imaginando o luar,
ofuscando o brilho,
dos seus fios de cabelos vermelhos.

Deitei no chão,
senti o vento e a poeira.
Senti seu cheiro passeando,
quem dera você estivesse chegando.

Acastanhados reflexos dos seus olhares,
mais precisos do que o frio da noite.
Aquecendo-me em seus braços,
matando a vontade de você.

Estive estando,
pensei tentando.
Busquei andando,
todo encanto.

Encontrei sorrindo,
seu lindo sorriso.
Tentei estar,
contigo, teu olhar.

Abraão Da Silva

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Um Abraço


Esperei, tive calma, tive pressa
seu abraço queria toda noite.
Sentir seu cheiro e te olhar
ver seu tamanho e te irritar.

Seu abraço eu pude ganhar
tão sincero o quão pude te dar.
Pessoalmente poder ouvir sua voz
não deixava mentir a sós...

Esperei desde aquele dia
onde você estava chovia.
E ficou frio o resto do dia
você queria meu abraço, te aqueceria.

Abraão Da Silva

domingo, 12 de janeiro de 2014

Palavras De Rancor


Quantas palavras usei,
as linhas que risquei.
As pronuncias que errei,
e tantas folhas rasguei.

Tentava achar palavras perfeitas,
que nunca tivesse usado.
Quebrava a cabeça por horas,
até conseguir algo diferente.

Não queria lembrar mais,
dos seus falsos beijos.
Não queria sentir receio,
só quis perder o medo.

Cansei de esperar seus elogios,
não sabia mais te fornecer abrigo.
Não mais beijava seus lábios com amor,
era repulsivo o meu rancor...

Abraão Da Silva

domingo, 5 de janeiro de 2014

Beijos & Arranhões


Minhas mãos passeiam pelo seu corpo,
Enquanto suas mãos arranhão meu peito.
Contorcendo-me de prazer,
Querendo tirar suas roupas ali mesmo.

Um calor consumindo qualquer espaço de suspiro,
Suas unhas passeiam por minhas costas.
Seus beijos e mordidas em meu pescoço,
Deixando-me sem nenhuma reação.

Minhas mãos querem te arranhar,
Sabendo assim que não posso.
Mordendo meus lábios pra que eu consiga resistir,
Querendo levar-te em algum lugar escuro e sem ninguém.

Queria mesmo estar sozinho com você,
Realizar todas as minhas volúpias.
Dar todo o prazer que sempre me faz imaginar,
Querendo seu suor em meu corpo a escorregar.

Despindo-me devagar e sem pudor,
Com pressa de te despir na minha frente.
Querendo ver cada detalhe seu,
Provando de cada arrepio seu...

Passeando seus quadris com meus dedos,
Descendo aos poucos sua roupa de baixo.
Sentindo todo seu corpo em minhas mãos,
Torturando-te e desejando ainda mais você.

Sentindo um prazer sem igual,
Apenas querendo mais.
Passear minhas mãos em seu corpo,
Sentir meu corpo ser arranhado.

Abraão Da Silva