sábado, 21 de março de 2015

Eu, Aquele

Eu, aquele,
sonhador sem sonhar.
Viajante de bares,
imundos lugares.

Eu, sozinho,
com lápis e papeis.
Sentindo o chão nos pés,
sem ter os pés no chão.

Dividindo o ar,
de cigarros há fumaça.
Bebendo no mesmo copo,
das moscas e traças.

Eu, aquele,
morador das ilusões.
Chorando nos versos teus,
sem lê-los nem senti-los.

Eu, migrante,
de mente em mente ao meu alcance.
Estranho estrangeiro,
que tem o mundo inteiro.

Cada sonho num lugar,
cada boca, uma dança, um par.
Toda estrada é diferente,
curvas longas e sem presente.

Abraão da Silva

A última poesia (ao vento)

Continue sorrindo,
és ainda mais bela assim.
E fica linda de vestido preto,
de frente pro espelho.

Sendo ou não,
digno de sua atenção.
Te faço essa poesia,
a ultima, ou até um dia.

Que não seja a última,
que volte a me amar.
Perdoar no que errei,
mesmo sem eu errar.

Não importa onde está,
Sul ou Pará.
Ainda bate no meu peito esse amor,
que por ti escolheu bater assim.

Não importa se vier,
ou se vai ficar.
Em mim, todo o amor que te dei,
ainda assim existirá.

Abraão da Silva