sábado, 30 de março de 2013

Por Trás Dos Olhos



Consigo ver por trás dos seus olhos,
por trás do teu brilho.
Um segredo, que não consigo entender,
algo que sei que não vai me dizer.

Pois tudo é distante e insignificante,
por não ter você aqui ao meu lado.
Tudo fica meio parado,
escurece mais cedo e me deixam calado.

O que você pensa enquanto está longe?
e sei que não é algo que queira.
O que faria se valesse a pena?
sentir o sabor do pecado a noite inteira.

Consigo ver sem te entender ao menos um pouco,
você não me mostra tudo o que realmente pode.
As vezes esconde e fala algo diferente daquilo,
depois esqueço e dormimos "tranquilos".

Abraão Da Silva

Sem Intenção


Precisando me entorpecer um pouco,
talvez só pra esquecer de tudo.
Um pouco louco sem motivo de estar aqui,
e um motivo de ir pra longe todos os segundos.
Ouvindo os seus sopros durante um sono,
e tentando ouvir algo durante um dia todo.

Indo sempre ao mesmo caminho,
sozinho e sem pensar no que querer.
Um vento violento das brisas,
a maré enchendo um pouco do mar.
As vezes só um pouco de solidão pra entender,
o que entender quando não se sabe nada.

Sem nenhuma intenção que mostre algo,
e algo não dá vontade de se entregar.
Me vestindo de nada e tirando o que não vesti,
pra ter liberdade e me mover sem o que?
Não existe algo a prender nossas mentes,
e pense no que você quiser, ou pense em nada.

Abraão Da Silva

quinta-feira, 28 de março de 2013

Semana Santa




"O corpo magro erguido em sua cruz
como uma revelação, que teve o rosto cortado
o corte em exposição..." -Maldita

Semana santa, legal...
Vamos criar um judas de pano e queima-lo no fim da semana...
Vamos comer a carne de cristo e tomar teu sangue, vamos rezar e conviver em harmonia com todos, até mesmo como nossos transtornos.

"Aquela coroa de espinhos colocada na tua cabeça enquanto era pregado numa cruz de madeira, a mesma cruz que você carregou e não descansou até leva-la até o seu lugar de morte. Aquela mulher ajoelhada aos seus pés, te lavando o corpo e beijando seu rosto sujo de sangue. Aquele amigo traidor que te fez morrer e depois se matou para parecer arrependido. Aquela ceia pintada por Leonardo da Vinci..."

E mesmo com todas essas coisas prontas, e coisas estranhas que "se passaram" querem harmonia, amor e paz...
Simplesmente a mesma coisa de sempre, que nunca acontece e nunca é deixada de mão, as crenças e ditados, juntos de provérbios e manias.
Tenho um pouco de pena dessa sociedade, e ao mesmo tempo não tenho,
tão iludidas e fúteis, tão alienados e controlados...

Feliz Pascoa 

Abraão Da Silva

domingo, 24 de março de 2013

Transtorno Psicopata

   Ao silêncio eterno de toda a verdade sincera e dita por toda a humanidade condenada e sem dor, aquele lindo corpo sujo de sangue e cheiro de vermes à caminhar devagar, sugando seu espirito de forma brutal e sem dó. A mesma coisa que eu senti quando fui embora sozinho, passando por aquela casa escura e cheia de presenças.
   E você vê tudo aquilo indo embora sem ter horas para ver, todo o dia recolhido debaixo da droga de um cobertor sujo e fedorento. Enquanto você tomava seu banho de coquetéis e se drogava na banheira, o mesmo entregador de jornais estava te vendendo drogas explicitamente na rua dos véus de casamento e agonia.
   Eu fui deixando aquele corpo marcado e coberto de sangue, deixei na cozinha, em cima da mesa de jantar. Minha mãe me perguntou o que era aquilo, e eu não soube responder, estava meio entorpecido e sem paciência para aquela velha. E fui embora pro meu quarto empoeirado e cheio de morfos, tentar dormir sentindo gosto de sangue frio.
   Eu tentava dormir, e ouvia uma musica aparentemente velha, cheia de falhas como um disco arranhado, era apenas a velha mamãe ouvindo seus discos de piadas infames. Eu não podia reclamar, até por que, ela estava escondendo um dos meus maiores segredos, talvez um pouco de vodca ou venenos para ratos fizessem ela dormir um pouco.
   Aquele corpo começava a cheirar mau, e eu não sabia o que fazer com aquilo tudo, deixei passar um pouco a vontade de ir embora de casa. Aquele sentindo que minha mãe quis que eu entendesse, foi apenas algo para parar de tudo o que eu fazia, apenas queria que eu fosse um rostinho como todos os outros, ou apenas a vontade de querer me ver dentro de uma camisa de força.
   Aquela mulher que deixei morta em cima da mesa, perturbava minha mente toda noite antes de eu dormir, naquele meu quarto empoeirado e cheio de ratos. Reprimindo meus pensamentos sem cor, apenas em tons de tristeza e angustia. Aquela mulher me perturbava a cada segundo dos meus sonhos, e queria que eu fosse dela, até que eu fosse fraco e me entregasse.
   Hoje de manhã, quando os médicos foram me buscar em casa para um passeio matinal, pleno domingo de manhã, seria uma boa ir pra igreja ou até mesmo pra o bar. Minha mãe não deixou, fizeram com que eu ficasse preso como ela queria, dentro da camisa de força. Mesma manhã que as pessoas vão ver o corpo que eu deixei sobre a mesa.
   Me trancaram num quarto branco, sem janelas e sem comida. Me deixaram sem facas, tesouras ou até mesmo um fio de aço. Tinham medo de que eu fizesse algo, me taxaram como um psicopata, apenas por eu não querer pensar na mesma coisa que todos, apenas por eu querer tudo da minha forma. Me deixaram em casa, mas a minha mãe me mandou embora.
   O silêncio daquela noite, quase madrugada, me deixava com frio, debaixo da ponte, dentro de um buraco feito por cães. E tudo era tão inocente quanto a minha mente, cada passo de meus dias eu contava com a minha forma de agir. Talvez isso tudo tivesse me tornado um tipo de monstro, sou seu tipo de monstro, o mesmo monstro que deixou você na mesa.

Abraão Da Silva

sexta-feira, 22 de março de 2013

Poesia De Melodia


Ei você, me chame do que achar que eu for,
não esqueça, por favor, de onde você me deixou.
Ei menina, você é tão linda,
parece as estrelas do céu, em uma noite de cordel.
O tempo passa rápido agora,
e você já está vindo embora.

Por favor, venha logo amor,
se divirta com quem for.
Volte logo para mim,
e eu estarei aqui.
Ei menina, em que voo você vem?
está perto, perto de alguém?

Ei você, onde é que vai?
acho que é tarde demais.
A noite chegou e me deixou com frio,
falta você, a preencher o meu vazio.
Falta pouco, o deserto vai encher,
e as coisas aparecer.

Ei você, espere um pouco agora,
e espere eu voltar.
Faz um tempo que parti,
esperando alguém chegar.
Ei você, está tudo bem,
nada disso é ruim.

Ei menina, pegue o voo,
volte logo para seu lugar.
És tão longe daqui,
o seu olhar perto de mim.
És tão perto de nós dois,
aquele susto de amor.

E agora, você diz que volta,
mas demora mais um pouco.
Pode ir curtir,
sem medo algum, você sabe que espero.
Apenas o que quero,
é te ter pra mim.

Abraão Da Silva

segunda-feira, 18 de março de 2013

Minha Flor, Meu Bebê



Como uma flor vai brotando,
pouco a pouco seu amor.
Por favor me diga quem sou,
e de onde veio esses olhos cor de mel.
Como uma flor, aos poucos,
sorrindo, meu amor.

Uma menina linda, minha pequenina,
dormindo no calor dos meus braços.
Adoro isso, por mais que esteja cansado,
amo aquele sonho, quando abro a porta do seu quarto.
Como uma flor, tem seu perfume suave,
e um sorriso de verdade.

Minha doce menina,
te vejo todos os dias.
Na rua dos sonhos,
logo no quarto ao lado.
Minha doce menina,
estou agora ao seu lado.

E sei que tudo é magico,
na rua dos sonhos, estou acordado.
E vendo teu rosto ao nosso retrato,
como uma flor no asfalto.
Apenas você num só lugar,
num sonho multiplicado.

Abraão Da Silva

quarta-feira, 13 de março de 2013

Mil Segundos Num Só


Você não sabe o quanto é quente,
nem sabe o quão excitante é.
A tentação dos seus olhares,
me cativando um pouco mais.

É tão intenso a cada segundo,
dá pra sentir de longe o calor.
O calor das palavras que você diz,
enquanto meu corpo vai suando.

Uma mistura sonora,
que sai aos poucos das nossas bocas.
Um som tentador,
fazendo meus músculos pulsarem.

Um vulgo de devaneios,
passeando de mãos dadas na minha mente.
Contraindo em meu corpo,
algo forte com prazer.

E os segundos passam devagar,
quase que paralisando.
E os minutos não chegam,
só para durar mais um pouco.

E você fica perto de mim, 
trocando caricias, trocando saliva.
Com as horas paradas,
em nossa noite silenciosa.

Abraão Da Silva

O Imperdoável


Na estrada de sangue corrente,
o silêncio de acalma sozinha.
Num rio de palavras doces,
afogando toda sua cede e dor.

E alguém longe te vê,
e diz palavras que não entendo.
Como sempre soa o sino,
naquele velho lugar perdido.

Nunca você, nunca ele,
vem daquele lugar sorrindo.
Uma máscara caindo sobre o sangue,
e você pedindo perdão.

Não sei por que,
mas tudo que fala é não.
Não pensei em livrar,
não pensei em te ter.

Nenhum triste pensar,
todo o dia, toda a noite.
Tento continuar vendo o céu azul,
mas tudo ficou escuro.

Venha e me dê sua mão,
e ouça a velha canção.
Canção que você cantou,
que te faz pedir perdão.

Na velha estrada escura,
você me vê, não sabe quem sou.
E procuro entender o que ele falou,
mas não entendo o imperdoável.

É aquele sonho perdido,
ou que você jogou no lixo.
Você procura estar só,
mas sempre tem com quem estar.

Aquele a qual você vê a noite,
o doce solitário da estrada.
Aquele rosto marcado e perdido,
denominado, imperdoável.

Abraão Da Silva

sexta-feira, 8 de março de 2013

Silêncio Noturno


Depois de horas o vento vem soprar,
e mesmo no silêncio posso te escutar.
Depois de tempos ainda te vejo,
em qualquer sonho, qualquer desejo.

Um pouco de luz,
um pouco de nada a fazer.
Um silêncio raro que seu sorriso abriu,
e os ventos soprando o pouco refil.

As vezes só sua voz tem tanta força,
me acalma e me aquieta.
As vezes seu olhar me diz coisas,
me acorda e me alerta.

Os minutos passam sem pressa,
e a pressa é maior agora.
Os minutos não passam mais,
e ficam cada segundo um pouco mais.

Será que é apenas um silêncio noturno,
um pouco de volta aos poucos minutos.
O silêncio que sua voz me dá,
me deixando um pouco mais a pensar.

Abraão Da Silva

quarta-feira, 6 de março de 2013

Chuva De Devaneios


Eu me senti perdido e sozinho,
na fria chuva que caía.
Eu caminhava no frio,
perdido nas ruelas escuras.

Eu corria sem parar,
cada segundo mais rápido.
E não tinha destino,
corri sem direção.

Parecia engraçado,
todos rindo das minhas lágrimas.
E aos poucos eu estava caindo,
aos poucos abismos que vi.

Eu esperei a chuva voltar,
e me levar para casa.
Sozinho, Apenas com frio,
esperando algo voltar.

Espinhos me amarravam,
e aos poucos cortavam meu peito.
Cortes suaves me desmaiando,
e me acordando para doer.

Me joguei em cada buraco,
esperando você apenas aqui.
Esperei a chuva fria,
esperei te trazer para mim.

Eu acordei sem saber a hora,
e aos poucos não lembrava nada.
Fui caminhando no mar,
mas fui correndo sem pensar.

Parecia engraçado,
eu sentia algo me puxar.
Naquele mar frio,
na chuva que eu esperava.

Estava agora sozinho,
e eu senti o seu cheiro no ar.
Estava num louco delírio,
esperando a noite acabar.

Eu me senti perdido,
enquanto a chuva me deixava.
Caminhei sem saber destino,
enquanto tudo sumia do olhar.

"Ei, espera um pouco...",
acho que estou maluco.
Alguém realmente me chamou?
acho que estou só...

Me joguei em cada buraco,
esperei a sua voz.
Esperei a chuva fria,
queria que ela me levasse até você.

Abraão Da Silva

Puro Veneno


Os fatos dos jornais,
ou qualquer mentira.
Sua doce voz e seu rosto,
estampados numa revista.
O soneto daquele autor,
um de rua qualquer.
Demonstrando o amor,
tão forte o quanto é.

E tudo é diversificado,
como estar do seu lado.
Mesmo sem beijo algum,
testando seu lado bom.
Sabendo até onde anda,
sem medo de tropeçar e cair.
E tudo é interessante,
como estar sozinho aqui.

Cansei de enganar a mim mesmo,
e esconder de você meus desejos.
Não deixo que sejam secretos,
minhas volúpias e fetiches.
A vontade forte e queimante,
vem mais desejos de dentro.
E uma cena que apenas nós sabemos,
o puro desejo, o doce veneno.

Abraão Da Silva

domingo, 3 de março de 2013

Silêncio Quebrado


As palavras vão se mostrando fortes,
e o silêncio quebrado a cada suspiro.
Um pouco de paciência é preciso,
um pouco de vaidade desnecessária.

As verdade mentidas,
dentro de um quadro negro.
As pessoas metidas,
longe do mundo inteiro.
E as falsas expectativas,
de um perfeito beijo.

As palavras quebradas,
e o giz em pó.
O silêncio seco,
num país melhor.
Num sossego sem volta,
desde que estou só.

O silêncio no meu ouvido,
e o vento sem soprar.
É tudo tão extenso,
que não consigo pensar.

Abraão Da Silva