domingo, 9 de outubro de 2011

Sede De Te Ver Morrer

   Em um espelho sujo, Vejo seu rosto translúcido, Suicidas e psicopatas se jogando do 15° andar, Pessoas lá embaixo chorando e esperando alguém fazer alguma coisa para salvar essas pessoas, Algum tipo de anjo, Alguma coisa que possa os proteger, Um tipo de sinal é o que querem receber... Sinal de que lugar? Onde essas pessoas devem estar? Num verdadeiro inferno, Esse é deve ser o lugar.
   Em um espelho sujo, Na frente  da janela do meu quarto, Vejo sangue jorrando, O 15° andar, Está parecendo acabar, Esses homens e mulheres não param de se jogar, Tudo está parecendo um abismo, Em que os Reis empurram seus escravos que os tem ofendido, Escravos negros que estavam cansados  de apanhar, Preferiam morrer de fome ao trabalhar, Assim está este prédio, Mas não tem ninguém a os empurrar, Apenas seus nobres pensamentos, Que os fazem as vezes chorar.
   Agora tem gente subindo no alto do prédio, Eles vão tentar ajudar, Mas não vai ser possível... Todos lá em cima querem se jogar, Parece que estão cheios de drogas no sangue, Mas não passa de no máximo um cigarro, Minha janela está coberta de sangue, Não consigo ver mais nada, Me dá um certo desespero ao ver tanto sangue fora de mim.
   Onde estão indo essas pessoas? Saindo desse 15° andar, Para onde vão depois de todos começarem a pular? Acho que agora estão vindo me buscar, Mas não quero ir com eles, Não consigo me controlar, Meus pés estão dormentes, Não consigo me mover, Não posso mais correr, Não tenho mais o que fazer, Vão tirar sangue de mim, Essa dor não vai ter fim.
   Quando tudo acabar, Para onde vão me levar? Vão usar meu corpo como objeto... Vão me arruinar, Quando tudo acabar vou subir no 15° andar, Vou me tornar como eles, Vou deixar meu sangue jorrar, Meu rosto vai ser o translúcido, Meu espelho vai estar sujo, Não vou ter de volta minha paz, Mas sempre vou estar como se deve estar.
   Meu rosto vai estar cortado, Meus olhos brilhando de ódio, Sempre vou ter esse remorso, Não vou parar de te odiar, Um dia pulamos do 15° andar, Não lembra do que fez comigo? Você tem azar. Essa é minha hora, Não comece a chorar.
   Meu espírito está marcado, Meu sangue nas suas mãos, Não importa onde vou, Importa onde estou, Minha mente se transformou, Não sei quem sou, Sei onde estou... No meu quarto vendo uma janela ensaguentada, Virando o rosto para meu espelho sujo, E agora vendo meu rosto translúcido pensando em como me vingar.
   Cortando os pulsos no quarto escuro, Sentindo ser espiado eu paro, Limpo o sangue que ainda há em minha janela, Correndo parado, Correndo com pressa, Te vendo ser cortado, Vou rir de sua miséria, Me alegrando ao te ver sangrando, Esperando ouvir suas ultimas palavras, Sendo exorcizado me jogo do 15° andar.











Abraão Da Silva

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