quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Pingos De Chuvas


Assustei-me ao ver aquelas palavras,
tão frias e desajeitadas,
parecia que ia dizer adeus,
mas esperou o choro de algum Deus.

Fui ler e tentei enxergar qual o motivo,
por que me deixaram aqui?
por mais que apareçam,
não consigo ouvir.

O que foi isso no vento?
ficou mais frio do nada.
O velhinho está mais esguio,
a fome de tudo está apertando.

Vi um arco-iris longe,
sem um pote de ouro no fim.
Ele ficava mudando suas cores,
e escurecendo cada claridade.

Me assustou ver teu rosto feliz,
tão longe e tão perto daqui.
Parecia bem, quando longe de mim,
e eu chorando por estar sem bis.

Pingos de chuvas nos óculos sujos,
esperando qualquer letra para enxergar.
Pingos gélidos nos lábios sem cor,
vendo qualquer beijo sem nenhum amor.

A chuva que caiu hoje,
afastou-te de mim.
Deixando meu eu aqui te querendo,
esperando de volta um gole de veneno.

Dormir em paz,
sem ter que acordar.
Pingos de chuvas,
nos olhos das almas.

Abraão Da Silva

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