Eu, aquele,
sonhador sem sonhar.
Viajante de bares,
imundos lugares.
Eu, sozinho,
com lápis e papeis.
Sentindo o chão nos pés,
sem ter os pés no chão.
Dividindo o ar,
de cigarros há fumaça.
Bebendo no mesmo copo,
das moscas e traças.
Eu, aquele,
morador das ilusões.
Chorando nos versos teus,
sem lê-los nem senti-los.
Eu, migrante,
de mente em mente ao meu alcance.
Estranho estrangeiro,
que tem o mundo inteiro.
Cada sonho num lugar,
cada boca, uma dança, um par.
Toda estrada é diferente,
curvas longas e sem presente.
Abraão da Silva
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